A frase acima é dirigida ao governo e aos dirigentes das instituições federais do Brasil. No ano em que o IBGE completa o seu septuagésimo oitavo aniversário, pela primeira vez a data é mais motivo de apreensão do que comemoração. Mas o que tem a história a ver com isso? É muito simples. A reforma administrativa nefasta, iniciada no governo FHC, aprofundada por Lula e que vem sendo consolidada por Dilma, por não levar em consideração os valores imateriais como componente essencial à vida das instituições e pessoas, é a principal responsável por isso que estamos vendo agora pelo tecido construído ao longo desses anos, daquele que durante anos foi reconhecido por todos nós como a nossa Casa, além de uma escola de excelência.
Pois bem, e o que eles vêm fazendo nessas duas últimas décadas. Seu primeiro alvo foram os aposentados, que chegaram mesmo a serem taxados de vagabundos, e a receber toda a sorte de violência, a maior dela contra os celetistas, impedindo tramitação até mesmo da proposta de um projeto de lei que os devolvesse à dignidade, através da equiparação de seus salários com os aposentados estatutários das Leis 8112 e da 1711, restabelecidos após um processo de muita luta. Mas os aposentados do IBGE não são divididos apenas em celetistas e estatutários. De PEC em PEC o governo foi aprofundando e criando novas diferenças, muitas das vezes, e isto é ainda pior, com o apoio de ativos convencidos que essas medidas lhes trariam vantagens salariais, só que muitos agora ao verem se avizinhar a data da aposentadoria, já perceberam o quanto estavam errados em suas avaliações. O fosso, entre ativos x aposentados; aposentados x aposentados, estaria muito mais aprofundado, não fosse a nossa resistência às iniciativas do governo. Aí estão as rubricas de maquiagem GQ e RT denunciando isto, assim como, a maior delas as de Gratificação de Desempenho, criadas originalmente como exclusividade dos ativos e já devidamente desmascaradas na Justiça, restando ao governo apenas a resistência absurda de impedir o resgate dos valores devidos. Embora imperceptível para muitos, depois de um breve período de ascensão, a nossa instituição encontra-se agora em grandes dificuldades e bastante fragilizada em seu espírito de corpo. O momento é de extrema gravidade mas esperamos sinceramente que o pouco que ainda resta consiga reverter esse quadro o mais breve possível. Que seus dirigentes entendam a verdadeira força forjada ao longo dessas quase oito décadas, por homens e mulheres excepcionais, para recolocá-lo novamente no rumo de sua verdadeira vocação.
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